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janeiro 21, 2005
Encontros e Desencontros: o lirismo das pequenas coisas
Sofia Copolla segue os passos de seu pai e se transforma cada vez mais em uma ótima diretora. Após dirigir o ótimo "Virgens Suicidas", mostra que é um dos grandes nomes promissores do cinema americano. Situada em seu tempo, Sofia busca tratar de questões universais, que pareciam estar desaparecidas das grandes telas e principalmente do cinema americano.
A questão universal tratada em “Encontros e Desencontros” (Lost in translation, 2003) é a existência e suas escolhas...e se de fato temos escolhas. A jovem Charlote, acompanhando seu marido fotógrafo em Tóquio, passa seus dias sozinha em um quarto de hotel. Conhece então o ator Bob, que após ter adquirido fama, casado, e ter seguido os passos conforme o roteiro, se encontra apático a sua própria condição, motivada pela perda do sentido. Juntos iniciam uma amizade. Altera-se ou não o ciclo de ambos, é o segredo deste excelente filme.
O filme foi totalmente rodado em Tóquio, uma alucinação em néon cravada na Terra do Sol Nascente. Uma nação de contrastes, onde tradição, ocidentalização e exageros convivem lado a lado.
Encontros é um filme que prova que a sétima arte não precisa ser milionária para encantar a audiência. Sem efeitos especiais, sem ousadias estilísticas de diretor, sem maquiagens ou estrelismos. Apenas um cineasta preocupado em contar uma história e atores empenhados em torná-la real.
Somente a audição de Just Like Honey, pérola resgatada da banda escocesa Jesus and Mary Chain já valeria o filme.
Posted by Sandino at janeiro 21, 2005 11:46 AM