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janeiro 31, 2005
Picolândia – a cidade (capítulo III)
A tensão de uma invasão
Por Rodrigo Alves de Carvalho
As tropas norte-americanas estão chegando em Picolândia para a dita cuja invasão. O novo comendador busca reforços junto à população para defender a cidade. George Busho brinca de War com Donald Rumsfeld na Casa Branca: “Míssil Patriot sobre a prefeitura de Picolândia!”.
Enquanto isso, o presidente Lulalá vai até Porto Alegre para buscar ajuda junto aos produtores de soja transgênica para envenenarem os soldados americanos, logo depois vai a Davos na tentativa de barganhar algumas mulatas cariocas por armas atômicas soviéticas sucatadas.
Olha a Guerra aí gente!
Imagem de satélite ianque aponta as instalações que serão bombardeadas em Picolândia.
clima de guerra em Picolândia parece com o clima de algumas horas antes de uma partida da seleção brasileira na Copa. Alguns rojões e muitas bandeiras pela cidade. Na Dutra, as tropas americanas com seus tanques e caminhões seguem para Picolândia, os soldados ouvem o hino ianque na guitarra distorcida de Hendrix e fumam baseado como se estivessem no Vietnã.
Nas casas de Picolândia a ordem é abastecimento. Abastecer as casas com água, Nissin Miojo, pacotes de cigarro TE e toda a coleção do Pink Floyd, porque não tem nada mais legal do que ser bombardeado ouvindo música progressiva. A eminência da guerra em Picolândia toma proporções gigantescas. Com cobertura 24 horas das emissoras de TV e pela Internet.
Ronaldinho Fenômeno faz um pedido para que Busho não invada a cidadezinha: “Venho pedir encarecidamente para não invadirem Picolândia porque minha noiva é de Minas Gerais”.
Até o Papa tenta a Paz: “Se os norte americanos não invadirem Picolândia, posso rever o conceito da igreja sobre sexo antes do casamento”.
A ONU lava suas mãos: “Se não for encontrado nenhum frasco de lança perfume, somos contra a invasão”.
Mas a crueldade, intolerância, egocentrismo e prepotência norte-americana não dá ouvidos a ninguém. Sobe a batuta de Adolf Busho, as tropas estão nos limites do município. Helicópteros já sobrevoam a cidade para reconhecimento. As criancinhas picolandenses inocentes gritam admiradas: “Helicópo desce aqui!”
Os mais velhos tapam os ouvidos ranzinzas: “Puta que pariu! Que barulheira do inferno!”
Parece cena de cinema em slow motion, os tanques entrando na cidade, soldados correndo e se posicionado atrás de muros e árvores, muita poeira pelas hélices dos helicópteros, expressão de bravura e heroísmo nos rostos dos jovens soldados americanos carregando seus fuzis com dificuldades.
Em contrapartida, os semblantes maus e traiçoeiros dos bebês picolandenses chorando nos colos de suas mães, os velhos picolandenses diabólicos e sem escrúpulos que não conseguem nem se locomoverem pela idade. Civis picolandenses desarmados e ajoelhados filhos da puta por não serem norte-americanos e por isso não merecerem estar vivos.
Porém, nenhum tiro foi dado, nem por Yankees e nem por picolandenses, as tropas invadiram a cidade e se deslocaram até a prefeitura onde o novo comendador estava.
A população seguia todos os passos dos soldados que se posicionaram em torno do paço municipal.
O que vai acontecer?
Só no próximo capítulo. Agora vai começar o jogo do Mengão e eu não quero perder.
Posted by Sandino at janeiro 31, 2005 10:57 AM
Comments
Essa cidade parece a minha, Atibaia.
Posted by: Ricardo Poggi at fevereiro 2, 2005 09:38 AM
Sou fã do escritor, acompanhei todos os capítulos, inclusive foi tema debatido em sala de aula. Espero que a "nova política" impere em Picolandia, caso contrário os picolés derreterão.
Posted by: Vê at fevereiro 3, 2005 11:06 AM
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Posted by: paty at agosto 15, 2011 02:51 PM