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março 04, 2005
London calling to the faraway towns...
Feliz aniversário: London Calling, o LP duplo e maior clássico do The Clash está completando 25 anos!
Na época do lançamento, o impacto musical foi pouco sentido, mas a mistura de ritmos, o maior legado de London Calling, foi ganhando espaço na geração de bandas dos anos 1980 e continua forte até hoje, com tendência a prosseguir. Red Hot Chili Peppers, Faith No More e Living Colour seguiram essa linha. O Clash influenciou também toda a geração do rock nacional dos anos 80, desde Plebe Rude a Ira!, passando pelos Paralamas do Sucesso e Capital Inicial. Nos anos 1990, o Skank também bebeu na fonte.
Hoje, o culto ao álbum é tão grande que só faltava um bom pretexto para se voltar a falar dele exaustivamente.
A síntese do conceito do álbum está na introdução da faixa-título – não por acaso, a primeira do repertório de 19 faixas: guitarras e bateria duras, linha de baixo escorregadia, sonoridade inclassificável!
A essência punk está na acidez da letra e no jeito agressivo de tocar, porém, musicalmente, o Clash desobedece a cartilha dos três acordes e da velocidade desenfreada. London Calling apresenta a agressividade em andamento cadenciado e arejada por harmonias mais elaboradas.
As 18 faixas seguintes reforçam a idéia de expansão do punk rock. "Brand New Cadillac" é rockabilly nervoso. "Guns of Brixton" é um reggae perturbado por guitarras imundas. "Lost in Supermarket" oferece sonoridade suave para versos ácidos. E "Train in Vain" encerra o disco com uma espécie de tributo punk ao legado soul das gravadoras Stax e Motown.
Com a palavra Nasi, vocalista do Ira!: “Foi o disco mais esperado da minha vida. Eu já era fã do Clash e li várias resenhas sobre o London Calling antes de ser lançado no Brasil. Eu pressentia que seria meu disco preferido mesmo antes de escutá-lo. Encomendei ao Museu do Disco e fiquei esperando de manhã a loja abrir. Quando ouvi, foi dito e feito. É o álbum que concede ao punk contornos artísticos: tem ares jazzy, de blues, do Caribe, de rockabilly... E a qualidade das letras? Jones e Strummer, para mim, são Lennon e McCartney do punk”, derrete-se Nasi.
Posted by Sandino at março 4, 2005 05:36 PM
Comments
Devido minha burrice metálica só fui ouvir o London Calling pra valer há uns 5 anos atrás quando comprei o cd numa banca de promoção no Carrefour e se transformou no meu cd número 1, insuperável. O pior (ou melhor) é que ele continua sendo vendido às baciadas nos supermercados a preço de banana. Sempre que vejo tenho vontade de comprar de novo, R$ 9,90 pelo melhor cd do mundo é muito pouco...
Posted by: Fernando at março 17, 2005 12:10 AM
Dias atrás também encontrei algumas raridades por 9,90, nas Lojas Americanas, entre elas "Mudança de Comportamento - Ira!, Cabeça Dinossauro - Titãs, Finis Africae, Violeta de Outono e Fellini.
Posted by: Sandino at março 17, 2005 08:04 AM