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maio 23, 2005

Bancada da Bala II

Embora integrem o arsenal de recursos típicos da guerra política no Poder Legislativo, as sinistras tentativas da chamada ''bancada da bala'' de adiar o referendo do desarmamento superam os limites da sensatez. Marcada para outubro, a consulta popular definirá os padrões de comercialização da venda de armas de fogo e munição do país. Trata-se de uma forma democrática de os cidadãos de bem decidirem se o desarmamento constitui ou não uma solução adequada contra o implacável avanço da criminalidade.
Os defensores das armas na Câmara dos Deputados, contudo, têm evitado o referendo. Sabem que a sociedade já adotou o desarmamento, como comprova a quantidade de armas entregues voluntariamente país afora. A tática é especialmente constrangedora, conforme revela o ruidoso debate sobre a pergunta do referendo. Segundo o texto original, vindo do Senado, os brasileiros deveriam responder ao seguinte questionamento: ''O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?'' Mas o deputado Vanderval dos Santos (PL-SP) achou a questão imparcial demais.
Relator da Comissão de Segurança Pública, Santos mudou para uma versão claramente indutora: ''Deve ser permitido, em todo o território nacional, o comércio de armas de fogo e munição às pessoas, para sua legítima defesa e de seu patrimônio, na forma da lei?'' Um pouco menos enviesada é a última proposta: ''O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido aos cidadãos, para sua defesa e de seus bens.''
Na prática, porém, as ações da ''bancada da bala'' intencionam turvar o debate para adiar o referendo. Convém ressaltar que é legítima a defesa da posse de armas como forma de garantir segurança ao cidadão. Mas são gestos condenáveis quaisquer tentativas de manipulação da preferência do brasileiro.
Um Brasil desarmado será sempre menos violento. Lamentavelmente, ainda há cidadãos de boa vontade segundo os quais o porte de alguma arma de fogo é garantia contra mãos assassinas. Ilusão. A sensação de segurança que uma arma pode sugerir é inteiramente ilusória. O desarmamento não evitará completamente a morte de inocentes, sobretudo em áreas conflagradas por traficantes. Mas ajudará a inibir a banalização da morte.

Posted by Sandino at maio 23, 2005 02:38 PM

Comments

Desarmar envolve uma mudança de cultura e de política. Em primeiro lugar, deve-se deixar bem claro que, ao invés de trazer segurança, a arma só oferece riscos. Mas ao mesmo tempo, fica difícil confiar unicamente no trabalho de uma polícia falha e corrupta como a nossa. Além disso, sabemos que, muitas vezes, os bandidos estão muito mais bem preparados do que nossa segurança pública. Por esse fato, muitos preferem confiar em si mesmos. Proibir a comercialização de armas ao cidadão é interesante, desde que essa regra seja rígida, e impeça o acesso também dos bandidos, os que, na maioria dos casos, mais tiram proveito da bagunça que é o tráfico ilegal de armas. Proibir só não adianta. Deve-se também fiscalizar, pois infelizmente existe instaurado em todas as camadas da população um câncer, a tal da corrupção. Que respiremos em paz, sem precisar de armas para isso...

Posted by: Rodolfo at maio 23, 2005 08:25 PM

A comercialização de armas, dentro dos parâmetros da lei, não é o problema. O grande problema que a sociedade brasileira enfrenta hoje é a comercialização ilegal de armas, que ocorre há muitos anos! Entendo até a reação daqueles que não possuem o mínimo de conhecimento sobre os aspectos que envolvem o desarmamento. Suas posturas são fruto daquelas falsas premissas do início da aprovação do estatuto, onde se falava da redução da violência e das chamadas “balas perdidas”! Após a aplicação do tal estatuto, com a entrega das armas, superando todas as expectativas, ficou claro que a violência não diminuiu, pelo contrário, com base nos dados oficiais, ela teria aumentado. Por outro lado, mais de 95% das armas registradas entregues (e digo registradas) nunca foram utilizadas em atividades criminosas, ficando, portanto, apenas a serviço da defesa das vidas de seus antigos proprietários (dados da própria polícia federal). Isto demonstra, nitidamente, que a argumentação irresponsável sobre a violência envolvendo estas armas (registradas), mesmo para aqueles crimes passionais e de rixas, não pode ser levada a sério. É clara a tentativa de enganar a opinião pública, mesmo no caso das “balas perdidas”, cuja argumentação, da maneira como foi colocada, culpava todos aqueles que possuíssem uma arma de fogo, mesmo os que sempre respeitaram o ordenamento jurídico, como se os defensores do desarmamento pudessem, através de uma “bola de cristal”, adivinhar as origens destas “balas”, se de armas registradas ou não. Não existe uma tentativa de desvirtuar o referendo , pelo contrário, aqueles cidadãos, que estão lutando pelos seus direitos, querem que a verdade fique clara para a opinião pública, pois o desarmamento definitivo transformará um direito constitucional, que é o direito a legítima defesa, inaplicável no mundo real, já que o cidadão ficará em eterno estado de inferioridade frente aos criminosos armados! Por outro lado, os defensores do desarmamento definitivo tentam, numa manobra antidemocrática, desqualificar aqueles legisladores (deputados e senadores) que querem permanecer do lado do cidadão de bem, garantindo a existência do direito de escolha deste, de ter uma arma ou não. Eles rotularam estes legisladores de “bancada da bala”, afirmando, até, que eles estariam recebendo dinheiro para apoiar as armas. Ora, estes mesmos defensores do desarmamento possuem, no Congresso Nacional, uma bancada “pró-desarmamento” e contam até com a ajuda irresponsável do governo federal. É aí que “tiramos as máscaras” destes falsos democratas do governo, já que não poderiam, em plena véspera de qualquer referendo, defender este ou aquele lado. Deveriam, sim, manter-se neutros para preservar o princípio democrático, valorizando aquela discussão de idéias que tanto favoreceu o atual governo no pleito anterior para presidência da república. Mas temos mais. Os que defendem o desarmamento usam artifícios dos mais engenhosos para atrair adeptos, formulando campanhas publicitárias onde aparecem armamentos que nunca foram vendidos em lojas de armas (M-16/AR-15 e AK-47). O que parece isto? Na verdade, eles querem induzir a erro àqueles cidadãos que não possuem um conhecimento mínimo sobre a realidade! Pura propaganda enganosa que será devidamente desmascarada num futuro próximo. Somando mais uma argumentação absurda ao conjunto das mentiras destes defensores do desarmamento definitivo, vemos aquela da comparação do Brasil com a Inglaterra e Japão! Eles afirmam que nestes dois países o desarmamento definitivo teria dado certo (no caso da Inglaterra já vemos sinais contrários). Ora, de novo vemos uma falha gritante já que o desarmamento, nestes dois casos, foi etapa final aplicada em sociedades que apresentavam altos índices de desenvolvimento social e econômico, realidades totalmente diversas da do Brasil. Para finalizar digo apenas que o cidadão de bem não pode entregar a sua vida na mão de administradores públicos tão incompetentes, pois se o Brasil é o país com mais mortes ocasionadas por armas de fogo no Mundo (o que duvido muito), seria lógico interpretarmos que o sistema de segurança pública no Brasil estaria completamente falido (e, neste ponto, o governo federal não ajuda em nada pois recentemente cortou verbas destinadas a segurança pública).
Aqueles que pregam a defesa do porte e da posse de armas de fogo não querem a anarquia, pelo contrário, defendem que as exigências para se ter uma arma sejam as mais rígidas, só não concordam com o fim da própria aplicabilidade da legítima defesa!
No calor das discussões, não durará muito o conjunto de mentiras que são usadas de forma irresponsável por aqueles que querem reduzir os direitos dos cidadãos.
Votem contra o desarmamento definitivo, digam NÃO ao desarmamento do cidadão.

Posted by: Ricardo Luiz at maio 23, 2005 11:08 PM

Sandino, não creio que matar em legitima defesa (fazendo uso de armas registradas), seja banal. Pois quem atira em legitima defesa, não atira para matar, atira para viver. DIGA SIM A VIDA!

BANAL, É MORRER POR INCOMPETÊNCIA!

Posted by: Bertrand Augusto Pirajá at maio 24, 2005 04:50 PM

Vc é uma fruta, so isso.Ta do lado de quem? bandido ou8 cidadão?

Posted by: klasdjsad at setembro 6, 2005 01:15 PM

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