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abril 18, 2006
Campari Rock - Resumo da ópera
Barulho pra ficar pensando melhor
(por Marcello Lujan)
No sábado, dia 08, rolou o Campari Rock. O evento foi realizado no Hotel Fazenda Hípica, nas proximidades de Atibaia. Bem organizado, o Campari Rock é um dos maiores festivais alternativos do Brasil, bebendo na fonte dos festivais undergrounds americanos realizados em fazendas. Mesclando "promissoras promessas" e dinossauros do rock´n´roll, o evento reuniu muitas tribos - destaque para a predominância Mod (Modern Rock).
Quando cheguei estava rolando o som da banda paulistana Ludovic – (como é bacana uma banda com vocal feminino!!!). Antes, já tinha rolado o som dos cearenses do Montage, dos mineiros da Digitaria e os gaúchos do Walverdes.
Quem subiu ao palco por volta das 18h30min foi a banda Cachorro Grande. O show já repleto de hits agradou ao público. Uma certeza: Cachorro Grande não é mais uma promessa, é certeza!
Na seqüência quem deu as cartas foi a banda Mission Of Burma - pós-punk americano. Embora a banda seja pouco conhecida no Brasil, o show agradou.
Depois foi a vez de enfrentar “uma hora de fila” para comer uma pizza e pegar uma cerveja antes da Nação Zumbi pra ficar pensando melhor... Ao ver a NZ no palco, fica fácil entender porque a banda faz tanto sucesso na Europa. Precursores do Mangue Beat, a NZ mescla também outros estilos, fazendo um “barulho dos bons”. Genial!!!!! O novo trabalho da banda, “Futura” – é uma verdadeira obra prima. Se liguem nesse som! O ponto negativo do show da NZ foram as declarações do guitarrista Lúcio Maia - criticando veementemente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No atual momento, é melhor a "esquerda" brasileira ficar de boca fechada. Toca essa guitarras ai rapaz! Nisso você é muito bom!!!
Depois, o Ira! subiu ao palco. A banda que já tem 25 anos de estrada (acompanho há pelo menos 20 anos) vive um dilema. Após o sucesso do Acústico MTV, paira uma dúvida... “o que cantarei depois...”. Seria a síndrome do pós-acústico, que tantas carreiras afundou? Uma constatação...a banda terá que se reinventar,. Não dá para viver mais de “Dias de Luta”, “Envelheço na Guitarra – digo na Cidade”.... Eis o dilema do Ira!
Na seqüência, o Supergrass chegou!!! Grande atração do festival, a banda merece um capítulo à parte na história do rock alternativo. Como pode um trio (rolou apenas participação de um tecladista), fazer um som tão elaborado, cheio de variáveis? Grandes músicos, grandes canções...do folk ao punk, o Supergrass tem a receita para se fazer uma grande banda, uma grande festa!
Fechando a noite, o duo eletrônico Fixmer/McCarthy tentou animar a galera já baleada pela maratona. Só tentou...Valeu a festa...no ano que vem tem mais...e é pra lá que eu vou!
Destaques
O maior barulho: Nação Zumbi
Harmonia em prosa e verso: Supergrass
Meia boca: Ira! – é hora de se reinventar
Vale quanto pesa – Cachorro Grande – deboche, riffs decentes...
A espera de um milagre: Os deuses do rock conspiraram a favor do evento, choveu “metricamente” somente nos intervalos. Ao primeiro acorde, a chuva parava.
Podia dormir sem essa: “Fernando Henrique disse no Jô que é rico. Como pode um funcionário público ficar rico”. De Lúcio Maia - NZ. (Sei lá...acho que seria hipocrisia se FHC dissesse que é pobre!)
A revelação: Pizza honesta e cerveja gelada – fato raro em um festival.
Nação Zumbi - barulho dos bons!
Posted by Sandino at abril 18, 2006 09:11 PM