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abril 25, 2006
Posted by Sandino at 03:59 PM | Comments (1)
abril 18, 2006
Há dez anos passados...
Três mil trabalhadores Sem Terra ocuparam a rodovia PA-150 e estavam em caminhada em direção a Marabá para exigir a desapropriação da Fazenda Macaxeira, conhecido latifúndio improdutivo da região. A Secretaria Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) relembra: eles foram cercados por duas tropas de militares, que abriram fogo para cumprir a ordem do Governador do Pará na época, Almir Gabriel (PSDB), de desobstruir a pista a qualquer custo. Os policiais saíram dos quartéis de Parauapebas e Marabá sem identificação na farda e no armamento e avisaram os médicos e ambulâncias para ficarem de plantão!
As declarações dos sobreviventes revelam cenas da tragédia. "Eles chegaram dos dois lados e nós ficamos no meio. Não tínhamos condição de fazer nada. Um monte de policiais armados com fuzil e metralhadoras!", conta Avelino Germiniano, 51 anos. "Quando os ônibus de Marabá chegaram com os policiais, já desceram e deram uma rajada para cima. Achamos que era só para nos intimidar. Começamos a gritar palavras de ordem. Tinha um companheiro surdo-mudo, ele não entendeu nada e foi em direção aos policiais, o finado Amâncio. Ele foi o primeiro que caiu", diz Miguel Pontes da Silva, 42 anos.
A violência sem limites deixou oficialmente 19 trabalhadores mortos. Outros três morreram depois em conseqüência das seqüelas. Até hoje, não se tem certeza se o número corresponde à realidade. "Eu acho que morreram mais de 100 pessoas. Eu queria saber sobre as crianças e as mulheres que estavam lá. Nenhuma apareceu, só os homens. Muita gente diz que viu um caminhão e um carro pequeno, cobertos de lonas pretas e sangue, descendo para o sentido de Xinguara", lembra José Carlos Agarito, de 27 anos.
Massacre de Eldorado dos Carajás, 10 anos de impunidade
Agarito e os demais sobreviventes vivem hoje no assentamento 17 de abril: Mártires de Carajás. Para o MST, só o sacrifício humano do Massacre de Eldorado dos Carajás fez com que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) reconhecesse a improdutividade da Fazenda Macaxeira. Entre os assentados estão 70 pessoas que ficaram gravemente feridas. Até hoje, elas recebem assistência médica precária e ainda não foram indenizadas. Junto com as 13 viúvas, elas aguardam o resultado do processo na Justiça.
Três julgamentos do Massacre foram realizados. Nenhum dos 142 soldados envolvidos no caso foi punido. Os dois comandantes responsáveis pela operação, coronel Mário Colares Pantoja e major José Maria Pereira de Oliveira, apesar de condenados a 264 anos pelo júri popular, aguardam em liberdade o julgamento de recursos no Superior Tribunal de Justiça. Segundo o MST, nesse meio tempo, policiais envolvidos também participaram do assassinato de dois líderes do MST na região, Fusquinha e Doutor, junto com fazendeiros de Parauapebas. O processo está parado até agora.
O Movimento denuncia que, apenas no ano passado, outras 19 pessoas foram assassinadas no Pará. "As causas dessa situação todos nós sabemos. De um lado, a manutenção de uma estrutura injusta da propriedade da terra, que faz com que apenas 26 mil grandes proprietários - que representam menos de 1% do universo de 5 milhões de agricultores - sejam donos de 46% de todas as terras do Brasil. De outro lado, o Estado, no que representa dos três poderes, gerido pelos interesses econômico da classe latifundiária, agora cada vez mais mancomunada com as transnacionais e com o capital estrangeiro. Com ele, a manutenção de um modelo excludente, neoliberal, que impede um projeto de desenvolvimento nacional a favor do povo, onde teria vez uma verdadeira Reforma Agrária", declara a organização.
Posted by Sandino at 10:24 PM | Comments (0)
Direito à educação no Fórum Social
Entre os próximos dias 20 e 23 de abril, cerca de 20 mil pessoas entre representantes de movimentos sociais brasileiros, intelectuais e ativistas estrangeiros estarão reunidos em Recife para o Fórum Social Brasileiro (FSB). O encontro servirá de espaço para a análise e revisão do processo político nacional a partir da experiência dos movimentos sociais brasileiros, assim como fornecerá elementos para a construção de agendas comuns para o futuro.
Um dos principais temas de discussão será a Educação, foco escolhido por várias organizações e movimentos, entre as quais a ActionAid Brasil, uma das entidades organizadoras da Semana de Ação Mundial no Brasil e que fará o lançamento do livro "Educação na América Latina: Direito em risco", coordenado pela própria ActionAid e pela Campanha Nacional pelo Direito a Educação.
A ActionAid Brasil é uma ONG brasileira membro de uma aliança internacional que atua há mais 30 anos. Promove, em 44 países e em conjunto com pessoas pobres, o fortalecimento de suas capacidades para que possam conquistar seus direitos e superar de forma definitiva a situação de pobreza em que vivem. No Brasil, apóia projetos de desenvolvimento local no Nordeste, Sudeste e Norte, além de atuar em redes e campanhas, e promover a organização das comunidades excluídas, mobilizando a sociedade civil em defesa do interesse público e da justiça social. Na Europa, a organização se mantém com o apóio de mais de 360 mil doadores internacionais.
Posted by Sandino at 10:17 PM | Comments (0)
Malhas e rock´n´ roll
Um “cena” rock´n´roll está rolando na pacata e calma cidade de Jacutinga, localizada no sul de Minas Gerais. Para celebrar o movimento, dezenas de bandas locais e convidadas estarão participando do II Rock In Lago, que será realizado entre os dias 19 e 21 de maio. Por três dias, a capital das malhas (como a cidade é conhecida) será também a capital do rock alternativo.
Entre as bandas convidadas, destaque para Moptop (vencedor do “Claro que é Rock” e abertura do Oasis no Brasil), Os Oportunistas (vocalista Kátia – ex-Bidê ou Balde e Fernando Urbano – ex- No Class), Del-o-Max (Virada Cultural SP) e Aquelezuns (Eletro-Rock).
Sandino, agora com o recrutamento do baterista Lingüinha estará no festival (confira a programação abaixo). No repertório, destaque para as composições próprias “Ditadores”, Duas Américas”, “O Encontro Secreto de Sandino e Somoza em Wall Street” e “Edmundo Não Joga Mais Aqui!”, além de clássicos dos Stogues, The Clash, Replicantes e Mercenárias”.
Sexta-feira (19 de maio)
20h - Mega-Phone
21h - Bourré
22h - Jackatrutty
23h - Véritas
Sábado (20 de maio)
16h - Aquelezuns
17h - Última Hora
18h - Água Viva
19h - Darkspell
20h - Flor de Lótus
21h - Saint and Finners
22h - Os Oportunistas
23h - Moptop
Domingo (21 de maio)
16h – Scar
17h - Troya
17h45min - Hope
18h30min - Born Again
19h15min - Sandino
20h - Del-o-Max
21h - Mandril
22h - B.A.D
23h - D.O.R
Posted by Sandino at 10:04 PM | Comments (0)
Campari Rock - Resumo da ópera
Barulho pra ficar pensando melhor
(por Marcello Lujan)
No sábado, dia 08, rolou o Campari Rock. O evento foi realizado no Hotel Fazenda Hípica, nas proximidades de Atibaia. Bem organizado, o Campari Rock é um dos maiores festivais alternativos do Brasil, bebendo na fonte dos festivais undergrounds americanos realizados em fazendas. Mesclando "promissoras promessas" e dinossauros do rock´n´roll, o evento reuniu muitas tribos - destaque para a predominância Mod (Modern Rock).
Quando cheguei estava rolando o som da banda paulistana Ludovic – (como é bacana uma banda com vocal feminino!!!). Antes, já tinha rolado o som dos cearenses do Montage, dos mineiros da Digitaria e os gaúchos do Walverdes.
Quem subiu ao palco por volta das 18h30min foi a banda Cachorro Grande. O show já repleto de hits agradou ao público. Uma certeza: Cachorro Grande não é mais uma promessa, é certeza!
Na seqüência quem deu as cartas foi a banda Mission Of Burma - pós-punk americano. Embora a banda seja pouco conhecida no Brasil, o show agradou.
Depois foi a vez de enfrentar “uma hora de fila” para comer uma pizza e pegar uma cerveja antes da Nação Zumbi pra ficar pensando melhor... Ao ver a NZ no palco, fica fácil entender porque a banda faz tanto sucesso na Europa. Precursores do Mangue Beat, a NZ mescla também outros estilos, fazendo um “barulho dos bons”. Genial!!!!! O novo trabalho da banda, “Futura” – é uma verdadeira obra prima. Se liguem nesse som! O ponto negativo do show da NZ foram as declarações do guitarrista Lúcio Maia - criticando veementemente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No atual momento, é melhor a "esquerda" brasileira ficar de boca fechada. Toca essa guitarras ai rapaz! Nisso você é muito bom!!!
Depois, o Ira! subiu ao palco. A banda que já tem 25 anos de estrada (acompanho há pelo menos 20 anos) vive um dilema. Após o sucesso do Acústico MTV, paira uma dúvida... “o que cantarei depois...”. Seria a síndrome do pós-acústico, que tantas carreiras afundou? Uma constatação...a banda terá que se reinventar,. Não dá para viver mais de “Dias de Luta”, “Envelheço na Guitarra – digo na Cidade”.... Eis o dilema do Ira!
Na seqüência, o Supergrass chegou!!! Grande atração do festival, a banda merece um capítulo à parte na história do rock alternativo. Como pode um trio (rolou apenas participação de um tecladista), fazer um som tão elaborado, cheio de variáveis? Grandes músicos, grandes canções...do folk ao punk, o Supergrass tem a receita para se fazer uma grande banda, uma grande festa!
Fechando a noite, o duo eletrônico Fixmer/McCarthy tentou animar a galera já baleada pela maratona. Só tentou...Valeu a festa...no ano que vem tem mais...e é pra lá que eu vou!
Destaques
O maior barulho: Nação Zumbi
Harmonia em prosa e verso: Supergrass
Meia boca: Ira! – é hora de se reinventar
Vale quanto pesa – Cachorro Grande – deboche, riffs decentes...
A espera de um milagre: Os deuses do rock conspiraram a favor do evento, choveu “metricamente” somente nos intervalos. Ao primeiro acorde, a chuva parava.
Podia dormir sem essa: “Fernando Henrique disse no Jô que é rico. Como pode um funcionário público ficar rico”. De Lúcio Maia - NZ. (Sei lá...acho que seria hipocrisia se FHC dissesse que é pobre!)
A revelação: Pizza honesta e cerveja gelada – fato raro em um festival.
Nação Zumbi - barulho dos bons!
Posted by Sandino at 09:11 PM | Comments (0)