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julho 16, 2006
ADVOGADO DO DIABO
(Marcos Valadão/Ricardo Gasparini)
Eu não sou o que dizem que sou
Nem tu és o que dizem que és
Me diga promotor
O seu tempo já passou
Quem é o vilão dessa história?
Meninos enjaulados nada disso é conversa
São todos pecadinhos que até hoje Deus confessa
São filhos do sinal
São filhos de Zumbi,
São filhos dos que choram
E também de quem sorri
Por isso poupe a pompa e olhe para si!
Não há quem não corrompa com tanta lei assim
A sua mesa é fina mais a minha mesa é forte
Brincando com o destino
Tratamento e choque!
Alheio a tudo, alheio a todos
Passando frio e pegando fogo!
Alma danada seu crime é o castigo
Eu quebro a regra do jogo
Atire a pedra no pequeno mas um
Dia você vai se queimar
Posted by Sandino at 08:30 PM | Comments (1)
Aos pobres: a lei, a polícia e a morte
Rogério Almeida
A execução de pobre é natural. Esteja o indivíduo no interior do Pará, como é comum; ou em uma favela do Rio de Janeiro. Caso seja na Baixada Fluminense, trata-se apenas de lógica pura. Por Rogério Almeida, abril de 2006
A notícia de execução de sem terra no Pará, ou negros pobres no Rio no Janeiro, não anima editoriais indignados dos jornalões, nos programas de TV?s, entre os principais articulistas, sites à fora. Naturaliza-se a questão. É como se os que se arvoram a formadores de opinião, exclamassem aos quatro ventos: negro e pobre, o destino só podia ser este.
As mulheres camponesas
Ao se examinar a cobertura sobre os episódios ocorridos no Rio Grande Sul, protagonizados pelas mulheres camponesas, e o ocorrido numa fazenda de família com extensa ficha de indiferença às leis e à vida, no sudeste do Pará, aflora a ausência de tratamento equânime.
Não de hoje, pesa sobre as costas dos camponeses signos pejorativos. Se numa perspectiva as mídias exaltam em belos enquadramentos o agronegócio, num pólo oposto esmera-se num processo contínuo em criminalizar e desqualificar a luta pela terra e a reforma agrária.
Num extremo, o agronegócio desponta sob a ótica da eficiência competitiva, enquanto ao camponês (a), cabe o signo do atraso, empecilho ao processo capitalista, à transgenia, ao monopólio da terra e dos recursos naturais por grupos estrangeiros. Assim advogam os defensores do capitalismo agrário.
O morticínio no Pará é naturalizado
Já o morticínio de lavradores (as), em particular no Pará, estado com ficha a perder de vista, é tratado como conflito e naturalizado. Ignora-se a diferença de forças entre as partes. Fecha-se os olhos para os elevados índices de morto só num segmento, os camponeses.
E todos os ditos formadores de opinião convivem com o espírito tranqüilo ante tal realidade. É violência a ação de cidadãos marginalizados, que afrontam as cercas do latifúndios, mas não o é, assim publiciza as mídias, as chacinas de camponeses.
Quanto ao Judiciário, célere nas na expedição de liminares de reintegração de posse, sem questionar a autenticidade da posse, funciona a passo de cágado, em processos de execução de posseiros, lavradores, sem terra, indígenas etc.
Conforme CPI da Grilagem de Terras de 2001, somente 2% dos títulos de terra na Amazônia são passíveis de autenticidade. E a recente CPMI da Terra, cujo domínio político é dos ruralistas, taxa a luta pela terra de crime hediondo.
Se os fazendeiros obstruem rodovias, trata-se de contingências. Dois sem terra é formação de quadrilha. O sudeste paraense é a região com a maior concentração de projetos de assentamento do país. A eficiência das políticas do governo do estado para tal segmento, reside em mandar tropas de choque, canil, cavalaria para efetuar reintegração de posse. Até onde se sabe, cultivar não exige polícia.
Trata-se de região marcada pela implantação de grandes projetos. Onde, na dita transição democrática, se verificou, uma vez mais em nossa história marcada pelo patrimonialismo, o enriquecimento de meia dúzia de empresários do centro sul do país e a concentração de terra.
Expediente marcado pela ilegalidade ou burla da lei, como no caso dos aforamentos dos castanhais, onde a posse provisória da terra se transformou em posse definitiva. Foi quando os fazendeiros, escudados na legenda da União Democrática Ruralista (UDR), organização ultra-conservadora, semeou nas terras dos castanhais, na década de 1980, as maiores chacinas contra posseiros.
Quem vai se indignar pelas injustiças a que está submetida a maior parte da população brasileira, senão ela própria, ou parte dela que se organiza e enfrenta o autoritarismo dos coronéis do sertão, do agronegócio, das mídias?
Posted by Sandino at 04:33 PM | Comments (0)
Movimento dos Sem-Terra, idéia e objeto
Por Marcio Lorin
Há um esforço por parte da imprensa em relacionar movimentos sociais ao atraso. Não é raro assistirmos ou lermos reportagens sobre a ação de movimentos ou mobilizações sociais associados à idéia de resistência ao avanço técnico e ao progresso.
Um conceito forjado na cabeça pela repetição de centenas e milhares de notícias carregadas de ideologia que, segundo Marilena Chauí, é um mascaramento da realidade social que permite a legitimação da exploração e da dominação. Por intermédio dela, tomamos o falso por verdadeiro, o injusto por justo.
No caso das ações do MST, não é diferente. Nunca vi na mídia oficial algo sobre os mais de cem prêmios e honrarias recebidas pelo movimento, como também nunca vi, apesar de ter me esforçado, notícias sobre as 1.800 escolas de ensino fundamental, com 160 mil crianças e adolescentes, funcionando em acampamentos e assentamentos. Até mesmo em nossa cidade, grande parte da população desconhece que temos uma escola chamada Milton Santos, com programa reconhecido pelo MEC e professores (membros do MST) com pós-graduação. Ainda assim, a imagem passada pela maioria dos meios de comunicação é a de que tal movimento se trata de um grupo terrorista.
Atos de desobediência civil, praticados e apoiados pelo MST, põem em xeque a verdadeira intenção do movimento e, nesse trajeto, entram em choque com a estrutura legal, legitimadora de um determinado modus de organização da sociedade.
Em suas lutas, o MST nunca atentou contra a vida. Ao contrário das reações conservadoras que fizeram de Chico Mendes, irmã Dorothy e mais de 1.650 mortos somente nos últimos 23 anos.
O MST e outros movimentos revelam o tamanho das contradições que envolvem a questão agrária no Brasil, aliás, fruto não só de um atraso institucional, mas principalmente de uma resistência corporativa às boas novas, conseqüências de um processo de democratização. Esse processo deve ser pleno, no sentido de permitir o acesso aos meios de produção, no caso a terra. É o contrário de uma concepção minimalista de uma democracia que consiste apenas no direito às urnas, como querem as oligarquias. Tal arcaísmo se torna evidente diante do retrocesso que significou o resultado da CPMI da Terra.
Ao contrário da idéia de muitos, fundada no obscurantismo ideológico provocado pela mídia, o MST não é uma força retrógrada e sim uma contraposição ao maior símbolo de atraso do Brasil, cuja estrutura fundiária já dura 500 anos e é a espinha dorsal para o desenvolvimento de qualquer nação. Oxalá tivéssemos mais MSTs para chacoalhar o pó desse modelo cheirando a mofo.
Posted by Sandino at 04:30 PM | Comments (0)
Discoteca sandinista básica
The Piper at the Gates of Dawn
Punk Floyd - Agosto de 1967
Com o nome tirado de dois grandes nomes das origens do blues (Pink Anderson e Floyd Council), o Pink Floyd surgiu em meados dos anos sessenta como uma das muitas bandas inglesas que tocavam blues, mas com uma diferença: eles tinham um guitarrista completamente alucinado chamado Syd Barrett.
Essa semana, Syd Barrett voltou à cena. Depois de ter passado os últimos 30 anos vivendo recluso, o problemático líder do Pink Floyd lisérgico morreu aos 60 anos.
Cantor, compositor e guitarrista, Barrett compôs a maioria das canções do messiânico “The Piper at the Gates of Dawn” - primeiro álbum da banda - que rompeu com todos os padrões anteriores da música britânica.
Ao lado de Sgt. Peppers dos Beatles, o álbum de estréia do Pink Floyd costuma ser lembrado como um marco definitivo do psicodelismo, já apontando para o rock progressivo que se desenvolveria na década seguinte. Está numa categoria à parte dos discos do Floyd, há até quem diga que se trata do “verdadeiro Pink Floyd”.
Mas o que torna "Piper" um trabalho vital não são os rótulos, e sim a chance de ouvir Syd Barrett na plenitude de suas faculdades mentais e criativas. Para os que buscam a melhor mostra de seu talento inovador como compositor/guitarrista e cantor é esta, e não seus discos solos. Lembrando que ele tinha apenas 21 anos quando este disco saiu. Pouco depois, Barrett viria a sair do Pink Floyd devido a problemas mentais, combinados com o uso de drogas. O Pink Floyd prosseguiu tornando depois uma super-banda, vendeu 200 milhões de discos e derrubaram muros...Os membros do grupo são os primeiros a reconhecer de quem é o crédito inicial.
O ótimo “The Piper at the Gates of Dawn”: a chance de ouvir Syd Barrett na plenitude de suas faculdades criativas e mentais
Posted by Sandino at 04:19 PM | Comments (1)
julho 07, 2006
acordes sandinistas
A banda Sandino pretende lançar nos próximos dias um pacote sandinista, composto por DVD, CD, camiseta e um fanzine. Novos shows já estão sendo agendados e um vinil está na mira da banda. O update de "O Adventista" já está rolando nas rádios.
A banda é formada por Sandino (Voz), Fernando Urbano (Guitarra), William Arruda (baixo) e Alfredo Linguinha (Bateria). O repertório é composto por clássicos do punk-rock e composições próprias. Entre as músicas, destaque para "Ditadores" (Sandino), "Duas Américas" (Sandino), "Sandina" (Replicantes), No Fun (The Stooges), Police In My Back (The Clash) e a versão atualizada de "O Adventista" (Camisa de Vênus).
A banda Sandino: DVD traz show ao vivo
Posted by Sandino at 11:40 PM | Comments (0)
Déjà Vu
Vou de Allez Les Blues...por Julio Verne, Godard, Zidane e o professor Prost.
Posted by Sandino at 11:28 PM | Comments (0)