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agosto 19, 2006
SANDINO: DVD ao VIVO
A banda Sandino está disponibilizando faixas do DVD “Sandino ao Vivo”, gravado ao vivo durante o II Rock In Lago, realizado em maio de 2006 na cidade mineira de Jacutinga.
No Youtube está rolando alguns covers e também uma versão atualizada para um clássico da banda Camisa de Vênus.
Click e assista
O Adventista (versão update)
Gritos na Multidão
Me Perco Nesse Tempo
Sandina
Posted by Sandino at 01:57 PM | Comments (0)
agosto 15, 2006
O Bichão de Picolândia
Gravado no final do ano passado, o curta-metragem “O Bichão de Picolândia” narra à crise existencial de uma misteriosa criatura. O filme que tem duração de aproximadamente oito minutos contou com a participação de atores e moradores de Jacutinga (MG).
O filme traz no elenco os atores Leandro Augusto Mello, Paulo César Crivelaro e André Luiz Souza. O roteiro é assinado pelo escritor Rodrigo Alves de Carvalho e a direção é do jornalista Marcello Lujan.
Duração: 8 minutos
Click aqui e assista o “Bichão de Picolândia”
O Bichão: crise emocional e final surpreendente
Posted by Sandino at 11:26 AM | Comments (1)
O disparate que a Globo fez bem em ignorar
Luiz Weis
"A Folha apurou", como o jornal costuma escrever quando tem uma notícia provavelmente exclusiva, que o secretário de Segurança de São Paulo, Saulo de Castro, tentou evitar que a Rede Globo levasse ao ar o vídeo cuja exibição o PCC havia exigido em troca da liberação do repórter da emissora, Guilherme Portanova, sequestrado na manhã de sábado. O repórter foi solto no começo da madrugada de hoje.
O furo da Folha era o que faltava – se é que ainda faltava algo – para cobrir de razão todos quantos acham que já passou da hora de o governador Cláudio Lembo nomear um secretário de Segurança que pense antes de falar. Ou simplesmente pense.
Os jornais de hoje trazem uma pá de depoimentos sobre a decisão da Globo de atender à exigência dos sequestradores. Tirando alguns delegados – subordinados de Saulo, portanto – todos defenderam a decisão da Globo.
Guaracy Mingardi, o respeitado diretor-científico do Ilunad, instituto da ONU que estuda a violência, resumiu o problema numa pergunta singela: "E se a TV não mostra as imagens e ele morre?"
Policiais civis, segundo o Estado, dizem que a emissora "cedeu rápido". Deveria ter negociado com os sequestradores, como se o preço do resgate fosse dinheiro.
Não foi, por sinal, o que a Globo ouviu de entidades internacionais especializadas em segurança jornalística e gestão de riscos, consultadas antes da decisão.
Ah, mas isso vai criar um precedente, argumenta a linha-dura, também conhecida como linha-burra, para a qual pimenta no olho dos outros é refresco.
De fato, em princípio "nada impede que outro jornalista seja sequestrado toda vez que o PCC quiser transmitir uma mensagem", observa Guaracy. Mas é para evitar isso que existem, ou devem existir, polícias capazes de combater o terrorismo do crime organizado – em vez de demonstrar "muita retórica e pouca efetividade", como faz dia sim, o outro também, o secretário Saulo.
O compromisso básico de um órgão de imprensa, especialmente em situações como essa, é com a vida dos seus jornalistas.
Jornalismo é uma profissão de risco. Mas o repórter Guilherme Portanova não foi sequestrado ao cobrir um confronto armado, mas quando tomava café numa padaria.
É absurdo, portanto, querer que a mídia faça o que a polícia não consegue fazer.
Posted by Sandino at 11:21 AM | Comments (0)
Os 80 anos de Fidel: confidências
Leonardo Boff *
O que vou publicar aqui vai irritar ou escandalizar os que não gostam de Cuba ou de Fidel Castro. Não me importo com isso. Se não vês o brilho da estrela na noite escura, a culpa não é da estrela, mas de ti mesmo.Em 1985 o então Card. Joseph Ratzinger me submeteu, por causa do livro "Igreja: carisma e poder", a um "silêncio obsequioso". Acolhi a sentença, deixando de dar aulas, de escrever e de falar publicamente. Meses após fui surpreendido com um convite do Comandante Fidel Castro, pedindo-me passar 15 dias com ele na Ilha, durante o tempo de suas férias. Aceitei imediatamente, pois via a oportunidade de retomar diálogos críticos que, junto com Frei Betto, havíamos entabulado anteriormente e por várias vezes.
Demandei a Cuba. Apresentei-me ao Comandante. Ele imediatamente, à minha frente, telefonou para o Núncio Apostólico com o qual mantinha relações cordiais e disse: "Eminência, aqui está o Fray Boff; ele será meu hóspede por 15 dias; como sou disciplinado, não permitirei que fale com ninguém nem dê entrevistas, pois assim observará o que o Vaticano quer dele: o silêncio obsequioso. Eu vou zelar por essa observância". Pois assim aconteceu.
Durante 15 dias, seja de carro, seja de avião, seja de barco me mostrou toda a Ilha. Simultaneamente durante a viagem, corria a conversa, na maior liberdade, sobre mil assuntos de política, de religião, de ciência, de marxismo, de revolução e também críticas sobre o déficit de democracia.
As noites eram dedicadas a um longo jantar seguido de conversas sérias que iam pela madrugada adentro, às vezes até às 6.00 da manhã. Então se levantava, se estirava um pouco e dizia: "Agora vou nadar uns 40 minutos e depois vou trabalhar". Eu ia anotar os conteúdos e depois, sonso, dormia.
Alguns pontos daquele convívio me parecem relevantes. Primeiro, a pessoa de Fidel. Ela é maior que a Ilha. Seu marxismo é antes ético que político: como fazer justiça aos pobres? Em seguida, seu bom conhecimento da teologia da libertação. Lera uma montanha de livros, todos anotados, com listas de termos e de dúvidas que tirava a limpo comigo. Cheguei a dizer: "se o Card. Ratzinger entendesse metade do que o Sr. entende de teologia da libertação, bem diferente seria meu destino pessoal e o futuro desta teologia". Foi nesse contexto que confessou: "Mais e mais estou convencido de que nenhuma revolução latino-americana será verdadeira, popular e triunfante se não incorporar o elemento religioso". Talvez por causa desta convicção que praticamente nos obrigou a mim e ao Frei Betto a darmos sucessivos cursos de religião e de cristianismo a todo o segundo escalão do Governo e, em alguns momentos, com todos os ministros presentes. Esses verdadeiros cursos foram decisivos para o Governo chegar a um diálogo e a uma certa "reconciliação" com a Igreja Católica e demais religiões em Cuba. Por fim uma confissão sua: "Fui interno dos jesuítas por vários anos; eles me deram disciplina mas não me ensinaram a pensar. Na prisão, lendo Marx, aprendi a pensar. Por causa da pressão norte-americana tive que me aproximar da União Soviética. Mas se tivesse na época uma teologia da libertação, eu seguramente a teria abraçado e aplicado em Cuba." E arrematou: "Se um dia eu voltar à fé da infância, será pelas mãos de Fray Betto e de Fray Boff que retornarei". Chegamos a momentos de tanta sintonia que só faltava rezarmos juntos o Pai-Nosso.
Eu havia escrito 4 grossos cadernos sobre nossos diálogos. Assaltaram meu carro no Rio e levaram tudo. O livro imaginado jamais poderá ser escrito. Mas guardo a memória de uma experiência inigualável de um chefe de Estado preocupado com a dignidade e o futuro dos pobres.
* Teólogo. Membro da Comissão da Carta da Terra
Posted by Sandino at 11:18 AM | Comments (0)
Os desafios do HIV/Aids
O repórter Jon Cohen, da revista Science, percorreu, durante nove meses, 12 países (América Central, del Sur, Caribe y México) para fazer uma reportagem sobre a epidemia de HIV/Aids na região e a luta contra a doença. Ele visitou clínicas, bordéis, laboratórios, galerias de injeção, Ministérios da Saúde, clubes de sexo homossexual, universidades, bairros, pontos de passagem de migrantes, prisões e os locais de muita gente, para quem é custoso o trabalho de viver com o vírus.
A Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) assinala que o resultado é um pacote de 10 reportagens que oferece um profundo retrato, tanto da epidemia na região, como das respostas de governos, organizações não governamentais e das comunidades afetadas.
Ele concluiu que, com exceção do Haiti, nenhum país da América Latina ou do Caribe tem visto uma marcada redução na prevalência do HIV. Segundo projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/AIDS (UNAIDS, por sua sigla em inglês), o número de infetados pelo vírus na América Latina e Caribe deverá passar de 2 milhões de pessoas, atualmente, para quase 3,5 milhões, em 2015.
Hoje, a Aids cobra 90.000 vidas por ano na região. Mas, entre hoje e 2015, outros 1,5 milhão de latino-americanos e caribenhos, se estima, morrerão por causa da doença. A epidemia nestes países tem temas comuns: a pobreza, migração, falta de liderança, homofobia e uma escassez de pesquisas quanto aos padrões de transmissão.
No Brasil, por exemplo, existe um programa governamental pioneiro, que oferece medicamentos anti-retrovirais a todos aqueles que necessitam, mas, agora, enfrenta crescentes custos que ameaçam seu futuro. Ainda que o governo economize em custos ao manufaturar ele mesmo vários dos medicamentos mais antigos, os funcionários tem abstido, até a agora, de romper patentes e fazer cópias de novas preparação, fazendo, em troca, negociações com as grandes companhias farmacêuticas.
O Brasil também tem um programa de prevenção modelo. Em 1992, o Banco Mundial previu que o Brasil teria 1,2 milhão de casos de HIV no ano 2000. No entanto, no final de 2005, apenas 620.000 brasileiros estavam infectados, de acordo com estimativas da UNAIDS. Entre 1996 e 2002, a mortalidade por Aids caiu 50%, aparentemente devido ao uso dos coquetéis de medicamentos anti-retrovirais. O governo afirma que salvou 90.000 pacientes da morte, ao mesmo tempo em que economizou US$ 1,2 bilhão que teriam sido gastos em hospitalização e no tratamento de infecções oportunistas.
Na Argentina, as características da epidemia têm mudado de forma dramática. Uma vez liderado principalmente por homossexuais e usuários de drogas injetáveis, hoje o HIV é contagiado principalmente através do sexo entre homens e mulheres, que, agora, têm quase a mesma taxa de nova infecção. Em 2005, a taxa de prevalência do HIV era de 0,6%. Dados governamentais mostraram que 50,7% das pessoas com Aids tinha sido infectada através de sexo heterossexual.
No México, a propagação do HIV está ligada a homens que fazem sexo com outros homens, a migração, a indústria do sexo e o uso de drogas injetáveis, e próximo à fronteira com os Estados Unidos. A epidemia no México não tem se espalhado tão rapidamente como se temia, segundo investigadores, mas os epidemiólogos dizem que estão principalmente preocupados com o contágio heterossexual do vírus em comunidades rurais.
Outra fonte de preocupação é a migração, que os investigadores estão descobrindo, colocam as pessoas sob um muito maior risco de ser infectada. Dados preliminares sugerem que os migrantes têm mais parceiros sexuais, consomem drogas e álcool com maior freqüência, e contratam trabalhadores do sexo mais freqüentemente.
No final do ano passado, a taxa de prevalência de HIV/Aids del 1,6%, no Caribe, era a segunda mais alta do mundo, depois do Sub-Saara africano. A ilha Hispaniola, compartilhada pelo Haiti e República Dominicana, é lugar del 85% dos casos: o Haiti tem uma taxa de prevalência em adultos de 3,8%, e a República Dominicana de 1,1%. Apesar de que a taxa de prevalência na República Dominicana é menos de um terço da do Haiti, surpreendentemente os programas de HIV/Aida da República Dominicana são criticados por vários por serem muito inferiores.
As outras reportagens são sobre as epidemias de HIV/Aids em Porto Rico, Guatemala, Honduras, Belize e Peru. Cohen fez pacotes de reportagens similares para a Science sobre o HIV/Aids na África e Ásia.
Posted by Sandino at 11:03 AM | Comments (1)