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agosto 15, 2006

Os desafios do HIV/Aids

O repórter Jon Cohen, da revista Science, percorreu, durante nove meses, 12 países (América Central, del Sur, Caribe y México) para fazer uma reportagem sobre a epidemia de HIV/Aids na região e a luta contra a doença. Ele visitou clínicas, bordéis, laboratórios, galerias de injeção, Ministérios da Saúde, clubes de sexo homossexual, universidades, bairros, pontos de passagem de migrantes, prisões e os locais de muita gente, para quem é custoso o trabalho de viver com o vírus.
A Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) assinala que o resultado é um pacote de 10 reportagens que oferece um profundo retrato, tanto da epidemia na região, como das respostas de governos, organizações não governamentais e das comunidades afetadas.
Ele concluiu que, com exceção do Haiti, nenhum país da América Latina ou do Caribe tem visto uma marcada redução na prevalência do HIV. Segundo projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/AIDS (UNAIDS, por sua sigla em inglês), o número de infetados pelo vírus na América Latina e Caribe deverá passar de 2 milhões de pessoas, atualmente, para quase 3,5 milhões, em 2015.

Hoje, a Aids cobra 90.000 vidas por ano na região. Mas, entre hoje e 2015, outros 1,5 milhão de latino-americanos e caribenhos, se estima, morrerão por causa da doença. A epidemia nestes países tem temas comuns: a pobreza, migração, falta de liderança, homofobia e uma escassez de pesquisas quanto aos padrões de transmissão.
No Brasil, por exemplo, existe um programa governamental pioneiro, que oferece medicamentos anti-retrovirais a todos aqueles que necessitam, mas, agora, enfrenta crescentes custos que ameaçam seu futuro. Ainda que o governo economize em custos ao manufaturar ele mesmo vários dos medicamentos mais antigos, os funcionários tem abstido, até a agora, de romper patentes e fazer cópias de novas preparação, fazendo, em troca, negociações com as grandes companhias farmacêuticas.
O Brasil também tem um programa de prevenção modelo. Em 1992, o Banco Mundial previu que o Brasil teria 1,2 milhão de casos de HIV no ano 2000. No entanto, no final de 2005, apenas 620.000 brasileiros estavam infectados, de acordo com estimativas da UNAIDS. Entre 1996 e 2002, a mortalidade por Aids caiu 50%, aparentemente devido ao uso dos coquetéis de medicamentos anti-retrovirais. O governo afirma que salvou 90.000 pacientes da morte, ao mesmo tempo em que economizou US$ 1,2 bilhão que teriam sido gastos em hospitalização e no tratamento de infecções oportunistas.
Na Argentina, as características da epidemia têm mudado de forma dramática. Uma vez liderado principalmente por homossexuais e usuários de drogas injetáveis, hoje o HIV é contagiado principalmente através do sexo entre homens e mulheres, que, agora, têm quase a mesma taxa de nova infecção. Em 2005, a taxa de prevalência do HIV era de 0,6%. Dados governamentais mostraram que 50,7% das pessoas com Aids tinha sido infectada através de sexo heterossexual.
No México, a propagação do HIV está ligada a homens que fazem sexo com outros homens, a migração, a indústria do sexo e o uso de drogas injetáveis, e próximo à fronteira com os Estados Unidos. A epidemia no México não tem se espalhado tão rapidamente como se temia, segundo investigadores, mas os epidemiólogos dizem que estão principalmente preocupados com o contágio heterossexual do vírus em comunidades rurais.
Outra fonte de preocupação é a migração, que os investigadores estão descobrindo, colocam as pessoas sob um muito maior risco de ser infectada. Dados preliminares sugerem que os migrantes têm mais parceiros sexuais, consomem drogas e álcool com maior freqüência, e contratam trabalhadores do sexo mais freqüentemente.
No final do ano passado, a taxa de prevalência de HIV/Aids del 1,6%, no Caribe, era a segunda mais alta do mundo, depois do Sub-Saara africano. A ilha Hispaniola, compartilhada pelo Haiti e República Dominicana, é lugar del 85% dos casos: o Haiti tem uma taxa de prevalência em adultos de 3,8%, e a República Dominicana de 1,1%. Apesar de que a taxa de prevalência na República Dominicana é menos de um terço da do Haiti, surpreendentemente os programas de HIV/Aida da República Dominicana são criticados por vários por serem muito inferiores.
As outras reportagens são sobre as epidemias de HIV/Aids em Porto Rico, Guatemala, Honduras, Belize e Peru. Cohen fez pacotes de reportagens similares para a Science sobre o HIV/Aids na África e Ásia.

Posted by Sandino at agosto 15, 2006 11:03 AM

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No Brasil, o Instituto Mario Romañach presta assistência odontológica gratuita a pessoas carentes portadoras de HIV+, hepatite crianças com câncer e portadoras de necessidades especiais.
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Tel:(21) 25879263 99722018
End. Av. 28 de Setembro 44/208 Vila Isabel -RJ
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Posted by: Ricardo machado at julho 24, 2009 09:45 PM

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