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janeiro 01, 2007
o Drummond de cada ano (novo)
A Globo cortou Drummond na queima de fogos na Praia de Copacabana...mas vendeu como ninguém o último comercial do ano.
Receita de ano novo
(Carlos Drummond de Andrade)
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Posted by Sandino at 02:55 PM | Comments (1)
365
Os anos têm uma duração de 365 dias e seis horas, aproximadamente. A cada 4 anos realiza-se um ajuste no calendário e adiciona-se mais um dia ao ano, sendo que este ano se denomina bissexto.
Posted by Sandino at 02:52 PM | Comments (0)
vendo Lula (na tevê) II
Brasília
(Plebe Rude)
Capital da esperança (Brasília tem luz)
Asas e eixos do Brasil (Brasília tem carros)
Longe do mar, da poluição (Brasília tem mortes)
mas um fim que ninguém previu (tem até baratas)
Carros pretos nos colégios (Brasília tem prédios)
em tráfego linear (Brasília tem máquinas)
Servidores Públicos ali (árvores nos eixos)
polindo chapas oficiais (a polícia montada)
Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
As luzes iluminam
os carros só passam (Utopia na mente de alguns)
A morte traz vida (Utopia na mente de alguns)
e as baratas se arrastam
Rachou! O concreto já rachou!
Brasília, Brasília, Brasília
Os prédios se habitam
as maquinas param
as árvores enfeitam
e a polícia controla
Os comércios só vendem
os porteiros só olham
E essas pessoas
elas não fazem nada
mas essas pessoas elas não fazem nada
Nada! Nada!
Brasília, Brasília...
Posted by Sandino at 02:44 PM | Comments (0)