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junho 19, 2007

Onde a lua se parece com a bandeira da Turquia...

Billy Hayes, o norte-americano que teve uma experiência penosa em uma prisão turca, retornou a Turquia para reparar os prejuízos que o filme “O Expresso da Meia-Noite” causou a imagem do país.
Em 1970, Hayes, na época com 23 anos, foi preso no aeroporto de Istambul portando haxixe e foi sentenciado a 30 anos de prisão. Ele conseguiu escapar e escreveu um livro sobre essa experiência. Em 1978, o livro foi adaptado em um roteiro para a telona por Oliver Stone. O filme foi dirigido por Alan Parker e venceu dois Oscar.
De volta 3 décadas depois, Hayes admitiu: “O filme não foi justo com os turcos ou verdadeiro em relação ao que aconteceu comigo”. E completou: “Eu não escrevi o roteiro ou dirigi a produção, mas aceito a minha cota de responsabilidade pelo prejuízo. Eu sempre quis retornar a Istambul e consertar esse episódio”.
Hayes estava proibido de entrar na Turquia, mas essa decisão foi revogada temporariamente, pois o governo turco acreditou na sinceridade de seu remorso.
O filme apresentava um quadro terrível de como era a vida em uma prisão turca com cenas horríveis de tortura e estupro. A produção foi taxada na Turquia como sendo um retrato racista do país, em que todos os personagens locais foram construídos como vilões. Mesmo sendo divulgado que a tortura era uma característica das prisões turcas na época, Oliver Stone foi criticado por ter tomado algumas liberdades no roteiro baseado no livro de Hayes.
Stone esteve em Istambul em 2004 e na época declarou: “Nunca tive a intenção de ser contra a Turquia. Escrevi de forma voluntariosa, pois era muito jovem e queria provocar uma reflexão”.
“O Expresso da Meia-Noite” foi banido na Turquia por muito anos e só foi exibido na televisão turca nos anos 90.

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Posted by Sandino at 11:02 AM | Comments (0)