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abril 20, 2008
Os Replicantes
O ano era 1982. Estreava nos cinemas o filme Blade Runner, O Caçador de Andróides, de Ridley Scott, com Harrison Ford no papel principal. Os andróides eram os Replicantes, seres exatamente iguais aos humanos na aparência física, mas extremamente mais fortes, velozes e inteligentes. No final de 1983, em uma garagem da cidade de Porto Alegre, se reuniam uns guris de classe média para formar uma banda punk: Os Replicantes. Curtindo o som de grupos como Ramones e Sex Pistols, Carlos Gerbase e os irmãos Cláudio e Heron Heinz precisavam de mais alguém na banda. Então, em fevereiro de 1984, Wander Wildner passou a ser mais um Replicante de bombachas.
"Nós achávamos que precisava de um cara igualmente ignorante em termos musicais para cantar na nossa banda ignorante". Essa afirmação do Gerbase sobre a chegada de Wander Wildner também serve para ilustrar a principal característica dos Replicantes: embora não fossem músicos técnicos (comparando com os ídolos deles), tinham como base de sustentação uma forte crítica social apoiada em letras inteligentes, bem sacadas e carregadas de um sarcasmo delicioso. A solidez cultural dos caras dá a coerência necessária para identificar Os Replicantes até hoje, mesmo fora do Rio Grande do Sul. E claro que os moleques melhoraram musicalmente com o tempo.
O primeiro show "sério" da banda foi em 1984, no bar Ocidente, até hoje ponto de encontro da cena underground porto-alegrense. Reunindo amigos da Oswaldo Aranha e o público habitual do Oci, Os Repli subiram ao palco com Wander Wildner nos vocais, Cláudio Heinz na guitarra, Heron Heinz no baixo e Carlos Gerbase na bateria. O público "ovacionou" os músicos punks, atirando muitos ovos no palco. Até o dono do Ocidente colaborou no omelete de Replicantes. Não que não tivessem gostado, mas achavam que uma banda punk merecia tal tratamento.
Em 1985, Os Replicantes lançam um compacto. No ano seguinte chega às lojas o LP O Futuro é Vortex. 1987 é o ano do LP Histórias de Sexo e Violência. Papel de Mau foi lançado em 1989. Andróides Sonham Com Guitarras Elétricas foi lançado em 1991. Nesse período, a banda emplacou sucessos como Nicotina, Astronauta, Festa Punk, Hippie-Punk-Rajneesh, sendo o principal deles Surfista Calhorda. Uma coletânea foi lançada pela BMG Ariola em 1999, com 20 hits. Em 2000, Os Replicantes voltam com um disco ao vivo (as mesmas do Ao Vivo de 1996), mas trazendo algumas faixas não incluídas no primeiro e a inédita A Lua Que Mata (que não foi gravada ao vivo), versão de The Killing Moon, do Echo and the Bunnymen.
A formação dos Replicantes só teve uma alteração até hoje. Com a saída de Wander, Gerbase assumiu como vocalista e Cléber Andrade passou a ser o baterista. Wander resolveu seguir a carreira musical a sério. E isso seria difícil com Os Replicantes. Cada um tem a sua profissão, não permitindo que se dediquem em tempo integral à música. Os Replicantes, embora assumam compromissos sérios com shows, ensaios, entrevistas e discos, querem, antes de tudo, se divertir. E isso é passado ao público. O que parece ser tri bom, louco de bom mesmo. Porque o que realmente queremos é uma boa festa punk, sempre garantida com Os Replicantes.
Os Replicantes: forte crítica social apoiada em letras inteligentes, bem sacadas e carregadas sarcasmo
Posted by Sandino at abril 20, 2008 03:19 PM
Comments
Lujam, só desenterrando hein? hehehe..gostei de ver...
Posted by: Kadu Guariente at agosto 2, 2009 08:44 PM